Hoje...

Nada como um dia após o outro...
Quem nunca ouviu tal frase? Embora cliché, é bem verdade o que essa frase diz; as vezes perdemos a sensibilidade com as palavras e esquecemos o poder que elas tem.
Viva o hoje que amanhã será melhor, acredite, o amanhã vem e chega diferente do ontem -palavras de uma garota otimista- e tudo muda!

As vezes quando releio minhas postagens sinto-me um pouco egoísta, eu só falo sobre a minha vida, sobre os meus problemas e sentimentos, e o mundo a minha volta? O aquecimento global -que chama tanto a minha atenção- a dificuldade de adoção em nosso país, a falta de respeito com determinadas pessoas da nossa sociedade...essas coisas!
Será que eu tento tapar o sol com a peneira?
Será que eu enfeito a realidade?
Será?!!??!
O que será?!
Bom, eu não sei ao certo responder meu próprio questionário, mas o que posso afirmar com certeza absoluta, é que através deste blog eu me expresso, eu desabafo!
Para que eu pudesse prosseguir nesta postagem, antes eu precisava me explicar; eu estou atenta ao que acontece ao meu redor, acredite, eu me informo -pode não parecer- mas me informo.

Eu e a minha terrível mania de me explicar com tudo e com todos...

Hoje quando eu acordei, percebi que você é quem faz o seu dia ficar diferente...
Confesso que eu tenho um grande motivo para me desanimar,mas não! Resolvi seguir em frente...

Eu fui ao presídio, vi aquelas mulheres e meninas tão lindas com um sorriso pra mim, diante de suas dificuldades -que não são poucas- tantos sorrisos, tantos abraços!
Hoje o culto estava sob meu controle, após a mensagem da Lígia, quem o dirigiu fui eu; o que fazer? o que falar? como as motivar?
Lembrei-me de um versículo que eu disse a elas, e que neste momento serve a mim também:"o choro pode durar uma noite, mas a alegria vem de manhã".
Como eu poderia pregar se eu não vivesse de acordo? Seria hipocrisia...
É como falar sobre paciência e não tê-la -é o meu caso- soa falso!
Bom, eu estava lá, diante de tantos rostos, uns mais novos, outros mais maduros e os que a vida deixou a marca. Como interagir com pessoas que "sofrem" todo dia?!
Foi aí que eu caí do cavalo! Embora elas estejam presas, elas são livres, contraditória essa minha frase, mas sim! elas são livres; livres para expor suas opiniões, livres para expor seus sentimentos e livres para me ouvir...
Elas poderiam fazer qualquer outra coisa, mas escolheram estar alí, e antes de tudo, Deus as escolheu, e eu, uma garota com a faca e o queijo na mão, não poderia dizer qualquer coisa, eu precisava impactar aquelas vidas, eu precisava fazê-las, de alguma forma, sorrir mais, ou até mesmo chorar, mas de alegria!
Nossa! E como Deus usa! Quando eu dei por mim, já era quase meio dia, e em meio a riso e choro, impacto não só na vida daquelas meninas, mas na minha também!
Meu lado psicóloga se aflorou, fiz uma dinâmica e foi através dela que eu percebi o grande poder das palavras, quando as meninas fecharam os olhos, pude perceber seus rostos expressivos, a imaginação delas indo muito além do espaço em que se encontravam, diante disso não pude me conter, falei, falei, falei -quem me conhece sabe o quanto gosto de falar- e pela primeira vez realizei um sonho, o sonho de ser preletora, e foi quando menos eu esperei, Deus na Sua infinita sabedoria usou-me e capacitou-me.
Após vir algumas meninas chorarem , tive que fazer algo para mudar aquela realidade, uma sessão culto de acampamento resolveu o "problema".
Sabe quando o ministro de louvor, geralmente de acampamento, faz com que você saia do lugar, se movimente, fique com vergonha, dê risada, grite, essas coisas?!...sim! foi o que eu fiz! e como foi gostoso...Nunca imaginei que eu pudesse ser tantas coisas em algumas horas....até música do ministério infantil eu as fiz cantar, e ensinei os gestos, como faço com as crianças, foi tão divertido, inesquecível eu diria!

Nós finalmente conseguimos entrar na maternidade e fazer culto, após muitas tentativas, conseguimos! Eu já havia comentado o quão difícil é entrar em determinados lugares, mas quem abre as portas é Deus e lá estamos, também =]
Se eu pudesse descrever o sorriso daqueles bebezinhos, tão pequenos, tão indefesos, tão lindos! Saio de lá querendo levá-los comigo... as mães só podem ficar com eles até o sexto mês, após esse período, o bebê fica com a família da presa ou vai para adoção, uma realidade triste, e foi por isso que queríamos tanto entrar na maternidade, para de alguma forma "consolar" os corações daquelas mães.
No tempo certo de Deus, as coisas acontecem e mudam!
Antes eu tinha "vergonha" de falar sobre esse ministério, não pelo ministério em si, mas por mim, por não querer méritos sobre ele, mas percebi que ao falar, as pessoas se interessam por isso, e de alguma forma querem ajudar, se envolver, foi então que eu percebi que eu devo falar, cada vez mais!

Falar...falar...falar...falar...falar...

Acho que eu não seria a mesma se não falasse tanto...