sexta-feira, 18 de julho de 2008

Minha louça...

Cheguei em casa, olhei a louça...subi, peguei meu rádio e um cd, assim que retornei a cozinha, liguei o som, coloquei o cd para tocar...
Separei a louça: talheres, copos, pratos, panelas, entre outros utensílios que com certeza eu não lembro o nome, são tantos...
Item por item foi lavado, cada um de acordo com a sua classe e, na hora de enxugá-los e guardá-los, a mesma linha de raciocínio, cada um de acordo com a sua classe.
Quando enfim terminei, a pia estava ''linda'', fiquei tão orgulhosa de mim, toda aquela louça havia sido limpa por mim, vivas! uhuuuu \o/
Mas, quando olhei para trás, na segunda mesa havia copos e talheres, aqueles que por descuido não foram percebidos, aqueles que eu nem me preocupei em verificar se estavam junto à sua classe, descuido ou ignorância, eles passaram despercebidos!
Por um instante avaliei a situação, me coloquei no lugar daquele garfo, daquele copo, se fosse comigo não gostaria de ser deixada para trás e, se eu tivesse deixado um amigo para trás? Minha conciência pesaria, deve ser por isso que corro tanto atrás daqueles que amo, daqueles que tenho verdadeiro apreço...
Outra coisa que me intrigou foi que meus irmãos também não fizeram nada, passaram por aquela mesa, se viram o garfo e o copo não se dispuseram a colocá-los na pia, a dizer que havia mais um para ser limpo... quiçá estivessem com medo que eu brigasse por eles trazerem mais louça, quiçá fosse a pregüiça, quiçá tantas coisas (prefiro quiçá ao talvez).
A vida é mesmo difícil de interpretar...
Quanto mais você limpa a bagunça, mais bagunça tem para limpar!
É difícil ser conciente, não deixar ninguém para trás, é difícil deixar o ''eu'' de lado, sim, é muito difícil!
A vida tem me ensinado que apesar de simples, é difícil....

4 comentários:

Unknown disse...

Achei que estava lhe incomodando demais cominhas respostas,á algumas de suas aflições.
Mas cada dia amo mais o que escreve,me parece muito verdadeiro.
Ah! não estou conseguindo responder pra vc lá,pq vc ainda não me aceitou..snif

Unknown disse...

Te adicionei no orkut,tudo bem?

Anônimo disse...

Oi, Carol! =)

Gostei deste texto! Parece continuação daquele "O garfo". Ambos artísticos e profundos.

Às vezes penso se não somos como essa louça um dia deixada para trás. Simplesmente não lembramos de todas as outras vezes nas quais não nos esqueceram.

Essa louça tantas vezes deve ter se queixado da água fria, ou do detergente usado, ou por não ser a primeira, ou por qualquer outra coisa. Hoje se queixa por ter sido, por descuido, esquecida.

Essa louça às vezes nem percebe que só o fato de ser usada e de estar ali numa casa que a comprou a torna muito valiosa, muito mais privilegiada do que a louça ainda à venda na loja ou na fábrica.

Essa louça, como eu, você e todos nós, deve tentar entender que é utilizada por humanos e que, por isso, está sujeita a pequenas decepções. Essa louça, como eu, você e todos nós, deve aprender a ver como Poliana via, ver o lado bom.

Como você mesmo diz: "A vida tem me ensinado que apesar de simples, é difícil...." Difícil não é impossível!

Bjo, Carol, e desculpe minha empolgação ao escrever, rs.

Fica sempre com Deus!

Carolina disse...

=]