domingo, 20 de abril de 2008

O garfo...

Era tarde da noite, avistei aquela grande louça, não me contive, ''tive'' que lavá-la, minha mania de limpeza não permite que eu veja ''coisas'' sujas...
Entre pratos, talheres, xícaras, copos e panelas... lá estava ele, o garfo!
Como assim?
Porque ele estava alí?
A parte dos talheres já havia sido limpa e, ele estava escondido entre utensílios sujos...
Não pude deixar de analisar...
Coloque a vida no lugar do garfo...
Ele só foi avistado quando uma ''montanha'' saiu de sua frente, só foi percebido depois que muitas coisas sairam de perto dele...
Um a um sendo limpo e o garfo lá, escondido, ''quieto'', passou despercebido, sem fazer nenhum alarde esperou que enfim fosse limpo, esperou a sua vez e, mereceu uma atenção especial, não por estar distante dos outros talheres, mas por ter esperado sua vez, por ter sido paciente entre tantas outras coisas que estavam em sua frente...
Havia obstáculos, tristeza, solidão, angústia, medo, frio, o desconhecido...havia tanta coisa, mas ele esperou sua vez!
Quantas vezes em nossa vida passamos por algo semelhante?
Somos separados daqueles que conhecemos, ou, os que conhecemos nos ''abandonam'', mas se formos pacientes a vida muda, vem alguém e nos ajuda a limpar, nos ajuda a enxergar...
Enfim, o garfo foi limpo, seco e juntado aos demais de sua classe.
Já não havia mais solidão, medo, insegurança...ele já não estava mais sozinho!

Uma pergunta:
-Como será que ele se sentiu durante os momentos que não foi visto, que não foi notada a sua ausência, como será que ele se sentiu em meio a tantas incertezas?

*E agora, como ele se sente estando junto a sua classe?


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